Estudo bíblico sobre o rei Josias: um dos últimos reis de Judá

Josias foi um dos últimos reis de Judá, antes do exílio na Babilônia. Ele se dedicou a servir a Deus e tentou eliminar a idolatria de seu reino. O rei Josias promoveu a adoração a Deus, mas suas reformas religiosas não tiveram um impacto duradouro.

No tempo de Josias, Israel estava dividido em dois reinos: Israel, a norte, e Judá, a sul, que continuou com reis da linhagem de Davi. O reino de Israel tinha sido conquistado pelos Assírios e deixou de existir, enquanto o reino de Judá se tornava cada vez mais fraco. Nessa época, uma nova superpotência estava ganhando força: a Babilônia.

Josias se torna rei

Josias foi coroado como rei quando tinha oito anos, depois que seu pai foi assassinado. Seu pai e seu avô tinham sido reis muito ruins, que se tinham dedicado ao pecado e à idolatria, mas Josias foi diferente. Desde jovem, ele se dedicou a servir a Deus e decidiu liderar seu povo na obediência a Deus (2 Reis 22:1-2).

No seu 18º ano como rei, Josias ordenou que o templo de Jerusalém fosse restaurado. Durante as obras de restauração, o sumo sacerdote Hilquias encontrou o Livro da Lei de Moisés e o enviou ao rei. Quando o livro foi lido diante de Josias, ele ficou muito arrependido dos pecados de seu povo e buscou a orientação de Deus (2 Reis 22:11-13).

Uma profetisa chamada Hulda deu uma mensagem de Deus com a resposta à busca de Josias. O povo de Judá iria ser castigado em breve por causa de sua idolatria e seus muitos pecados, mas não durante o reinado de Josias. O rei tinha se humilhado diante de Deus, por isso seria poupado da desgraça de seu povo (2 Reis 22:18-20).

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As reformas religiosas de Josias

Depois que recebeu a resposta de Deus, o rei Josias reuniu o povo de Judá e renovou sua aliança com Deus. Todos se comprometeram a obedecer a Deus, rejeitando todos os outros deuses falsos. Josias retirou todos os ídolos do templo de Deus e fez uma grande celebração da Páscoa, seguindo as regras da Lei de Moisés (2 Crônicas 35:16-18).

Em sua campanha para eliminar a idolatria do país, Josias destruiu muitos altares idólatras construídos pelos seus antepassados e expulsou os médiuns e sacerdotes pagãos. Ele também acabou com o sacrifício de crianças ao deus Moloque em um lugar chamado Tofete (2 Reis 23:10-11).

Josias foi para Betel, onde o reino de Israel, a norte, tinha seu centro de adoração idólatra e destruiu o altar pagão. Para profanar o lugar, ele até mandou desenterrar os ossos dos antigos sacerdotes pagãos e queimou-os nesse altar (2 Reis 23:15-16). Assim, ele cumpriu uma profecia sobre esse lugar, feita algumas gerações antes, acerca do rei que iria queimar ossos humanos e destruir o altar (1 Reis 13:1-2).

Josias morre em batalha

Depois que Josias realizou suas reformas, o rei do Egito passou perto de seu território com seu exército, a caminho de uma batalha com o rei da Assíria. Josias decidiu enfrentar o exército egípcio, apesar de essa batalha não ser sua. O faraó tentou convencer Josias a deixá-lo em paz, porque não queria luta com Judá, e avisou-o que Deus o tinha enviado nessa missão (2 Crônicas 35:20-21). Mas Josias ignorou o aviso e foi para a luta.

Durante a batalha, o rei Josias ficou ferido e foi retirado da luta. Ele foi levado de volta para Jerusalém, onde morreu de seu ferimento. Seu reinado tinha durado 31 anos. Josias foi sepultado e sua morte foi lamentada pelo seu povo. O profeta Jeremias até escreveu uma música em sua homenagem (2 Crônicas 35:25).

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O legado de Josias

Ao todo, Josias teve três filhos que foram reis sobre Judá e todos foram ruins. Eles se voltaram outra vez para a idolatria, por isso Deus os destruiu.

Depois que Josias morreu, seu filho Jeoacaz foi proclamado rei, mas durou apenas três meses no trono. Depois, o rei do Egito, contra quem Josias tinha lutado, tirou Jeoacaz do trono e colocou seu irmão Jeoaquim como rei de Judá. Jeoaquim e seu filho Joaquim também reinaram por pouco tempo, antes de serem levados para a Babilônia. Depois disso, outro filho de Josias chamado Zedequias foi rei por alguns anos, até que Jerusalém foi destruída pelos babilônios e o restante do povo foi levado para o exílio.

Apesar de todos os esforços de Josias, os judeus não tinham se voltado de verdade para Deus. Durante seu reinado continuaram a praticar idolatria em privado e, depois de sua morte, reconstruíram os altares pagãos. Por causa disso, Deus os castigou com o exílio na Babilônia, onde se arrependeram de seus pecados.

Josias fez tudo que pôde pelo seu povo e adiou o castigo divino. Mas, embora fosse rei, o único coração que ele tinha mesmo o poder de mudar era o seu.

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