Gideão foi um juiz de Israel, que venceu um grandioso exército com apenas 300 soldados. Ele era um simples agricultor que se tornou um líder corajoso de Israel durante um tempo muito tumultuado. Sua história está escrita na Bíblia, no Livro de Juízes, capítulos 6 a 8, e é um exemplo incrível de alguém que aprende a confiar em Deus, mesmo quando as coisas parecem impossíveis.
Naquela época, Israel estava sendo atacado por povos vizinhos. O povo de Israel estava sofrendo muito, então eles oraram a Deus pedindo ajuda. Deus respondeu, mostrando o porquê estavam sofrendo e chamou Gideão para ajudar a salvar Israel desses ataques.
No início, Gideão não tinha certeza se poderia fazer isso. Ele tinha medo e dúvidas. Então, pediu a Deus que mostrasse sinais para ver se realmente era de confiança. Deus, em sua paciência, deu a Gideão três sinais para reafirmar seu plano. Depois disso, Gideão aceitou a tarefa e formou um exército para lutar contra os midianitas, que estavam causando problemas a Israel.
No entanto, Deus tinha um teste para a fé de Gideão. Ele pediu que Gideão reduzisse o tamanho do seu exército, mantendo apenas os homens mais corajosos. Eles enfrentariam um grande exército de 135 mil midianitas, com apenas 32.000 soldados. E destes, Deus mandou que reduzissem ainda mais. Primeiro, para 10 mil e depois, somente 300 foram escolhidos para a batalha.
Com esse pequeno exército, Gideão enfrentou os midianitas. E, acredite ou não, Deus deu a Gideão e aos 300 homens a vitória! Esse milagre ensinou ao povo de Israel a confiar apenas no poder de Deus, e não na força de seus próprios braços ou armas. Após essa grande vitória, Gideão continuou a liderar Israel por 40 anos. A história de Gideão é uma lição de fé, superação e total confiança em Deus, mesmo quando a situação parece impossível.
Gideão é chamado por Deus
Gideão era um jovem agricultor, filho de Joás, da família de Abiezer. Essa era uma família muito pobre da tribo de Manassés e Gideão era o filho mais novo. Tanto essa como as demais famílias israelitas eram constantemente ameaçadas pela invasão inimiga das nações vizinhas.
O Anjo do Senhor apareceu a Gideão enquanto estava malhando o trigo da colheita. Ele lhe disse que Deus estava com ele e que iria derrotar os inimigos. Gideão achou que era incapaz de tal empreitada (Juízes 6:14-16).
A Bíblia não menciona quantos anos Gideão tinha quando foi chamado por Deus. Estudiosos acreditam que ele teria em torno de 30 anos, uma vez que o seu filho primogênito ainda era muito pequeno (Juízes 8:20).
Gideão preparou uma oferta para oferecer a Deus. Então o Anjo do Senhor fez sair fogo da rocha e consumiu a oferta de Gideão. Ele ficou perturbado com o que viu porque entendera que tinha se encontrado com o próprio Deus. Mas o Senhor lhe tranquilizou, dizendo para ter paz e não sentir medo. Gideão construiu um altar em dedicado a Deus e lhe chamou: "O SENHOR É PAZ".
Deus mandou Gideão destruir os altares idólatras de seu pai. Gideão obedeceu, mas por medo o fez à noite. Contudo, quando os homens da cidade descobriram, ficaram irados com ele.
O pai de Gideão intermediou a situação dizendo que se Baal fosse um deus verdadeiro se defenderia de Gideão. Por isso, Gideão ficou conhecido como Jerubaal, que significa “que Baal defenda a sua causa com ele” (Juízes 6:31-32).
História de Gideão e os 300 na Bíblia
Depois desse encontro, Gideão pediu um sinal para ter a certeza que Deus iria libertar Israel, através da sua liderança. Uma noite ele colocou uma porção de lã no chão e pediu que apenas a lã ficasse molhada com orvalho, não o chão. De manhã, apenas a lã estava molhada. Na noite seguinte, ele pediu nova prova, mas desta vez, era a lã que deveria ficar seca e o chão molhado. E assim aconteceu!
Quando Gideão foi lutar contra os midianitas, a desvantagem era grande: 135 mil inimigos contra 32 mil israelitas. Deus disse a Gideão que seu exército era grande demais (Juízes 7:2-3). Ele devia dispensar a todos que estavam com medo. Um total de 22 mil homens foram embora e apenas 10 mil ficaram com Gideão.
Contudo, Deus disse que ainda eram muitos homens. A vitória viria de Deus, não da força do exército. Então Gideão separou 300 homens que beberam água levando-a com as mãos até a boca, sem se ajoelhar. Com apenas 3 centenas de homens Gideão venceria os midianitas.
Deus dá a vitória a Gideão
Os israelitas foram divididos em três grupos de cem e, em vez de armas ou escudos, eles traziam consigo somente uma trombeta, um cântaro vazio e uma tocha acesa. À meia-noite, os 300 com Gideão surpreenderam o exército inimigo.
Cada companhia de cem, tocou a trombeta e quebrando os vasos, fizeram grande ruído (Juízes 7:19-21). Os inimigos ficaram confusos e começaram a atacar uns aos outros do seu próprio exército e assim começaram a fugir.
Gideão perseguiu os inimigos em fuga e, com a ajuda de mais israelitas, ele derrotou todos e matou seus líderes. Pelo caminho, algumas cidades israelitas não ajudaram Gideão e seus homens cansados. Por isso, quando terminou a batalha, Gideão castigou essas cidades.
Os israelitas quiseram proclamar Gideão como seu rei, mas ele recusou governar o povo(Juízes 8:22-23). Ele apontou o governo e domínio de Deus sobre o povo. Gideão apenas aceitou receber uma parte dos despojos da guerra. Com o ouro que recebeu, Gideão fez um manto sacerdotal, como memorial dos seus feitos, que colocou em sua cidade.
Infelizmente, esse manto se tornou um ídolo para a família de Gideão. As pessoas passaram a adorar aquela estola sacerdotal de ouro como se fosse um deus. O ídolo era a forma de todos se lembrarem da sua vitória, e isso fez com que começassem a se esquecer de Deus. A vitória tornou-se mais importante que o Senhor que concedeu o livramento.
Durante o resto da vida de Gideão Israel teve paz (Juízes 8:28-29). Gideão voltou para casa, se casou com muitas mulheres e teve 70 filhos. Mas depois que morreu, os israelitas voltaram novamente a pecar, adotando outros deuses estranhos. Por causa dessa idolatria, os israelitas voltaram a se afastar de Deus, se esquecendo de tudo que Ele fez através de Gideão.
Atitudes que levaram Gideão à vitória
Os méritos da vitória na batalha de Gideão foram todos do Senhor. Embora Gideão tenha desempenhado um importante papel na liderança do povo, Deus foi quem promoveu a grande libertação dos seus inimigos de uma forma impressionante.
Gideão demonstrou em vários momentos ser um homem temeroso, com algumas dúvidas essenciais. Mas, apesar das incertezas iniciais e do medo, Deus escolheu chamar e usar Gideão, apesar da sua vulnerabilidade e através da sua pequenez.
Em resposta, Gideão creu, obedeceu e adorou ao Senhor, cumprindo as orientações divinas conforme lhe era transmitido.
- Coragem - Desde o início, Deus encoraja Gideão chamando-o de homem valente (Juízes 6:12). Provavelmente essa coragem se mostrava no seu trabalho diário, arriscando ser afligido pelos invasores. No decorrer da história, vemos que a coragem de Gideão não se mostrou na ausência de medo, mas em se apoiar totalmente na Palavra do Senhor, cumprindo corajosamente todas as suas orientações.
- Confiança - A medida que Gideão se encontra com Deus e recebe a sua Palavra, a sua fé vai se desenvolvendo e aumentando. No entanto, ele reluta em confiar plenamente, pedindo várias provas confirmatórias da parte de Deus (Juízes 6:17-18). De fato, ele agiu como qualquer pessoa comum do seu tempo, quando a fé já estava tão adormecida e dissolvida numa sociedade idólatra. Apesar de Gideão ter hesitado no início, pedindo mais sinais - lã molhada e depois seca (Juízes 6:36-40) - ele acabou por confiar no Senhor e na Sua Palavra. Essa confiança foi fundamental para agir e cumprir o Deus lhe orientava.
- Obediência - Gideão confia que Deus estava com ele para vencer aquele gigantesco exército inimigo. Toda a força e poder para vencer vêm do Senhor! Por isso, ele aceitou as decisões impressionantes de reduzir o tamanho do exército para apenas 300 soldados (Juízes 7:1-8).
- Adoração - Gideão louvou e adorou a Deus quando construiu um altar ao Senhor e o chamou de "O Senhor é Paz" (Juízes 6:26). Ele reconheceu que Deus o havia encontrado não para o destruir, mas para o ajudar a vencer os inimigos do Seu povo. Noutra ocasião, Gideão adora ao Senhor, ao ver confirmada a Palavra de Deus, agora através de outras pessoas (Juízes 7:15).
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