Os anjos são seres celestiais que servem no Reino dos Deus em diversas funções.
Deus criou os anjos para servirem no Seu Reino: "todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele" (Colossenses 1:16). Os anjos existem e servem a Deus anunciando a Sua mensagem. Eles intervêm no mundo natural sob a ordem Deus.
Os anjos possuem força e inteligência acima dos homens (2 Pedro 2:11), mas não são oniscientes nem onipotentes. Diferente dos homens, os anjos são imortais, não se casam e não se reproduzem (Mateus 22:30 e Lucas 20:35-36).
Devido aos seus corpos celestiais, os anjos são invisíveis aos olhos dos homens. Apesar de invisíveis, os anjos podem aparecer em visões e sonhos (Daniel 4:13 e Gênesis 28:10-12).
Em algumas situações específicas, os anjos podem se tornar visíveis - adotando a forma humana - quando se faz necessário para cumprirem com o propósito de Deus (João 20:11-13 e Atos dos Apóstolos 12:7-9).
Hierarquia dos anjos
Os anjos servem a Deus assim como um exército destacado serve ao seu comandante. Independentemente da organização, todos os anjos estão debaixo da autoridade do Senhor. Apesar da Bíblia não definir claramente uma hierarquia angelical, podemos identificar algumas classes e funções:
- Mensageiro: a origem do nome Anjo. Assim como Gabriel, os anjos são responsáveis por anunciarem boas novas e executarem a ordem de Deus (Lucas 1:19, Gênesis 16:11, Gênesis 22:12 e Lucas 1:13).
- Querubins: são citados na Bíblia como sentinelas, guardiões (Gênesis 3:24, Hebreus 9:5 e Êxodo 25:20).
- Arcanjo: lidera um exército de anjos. A Bíblia cita apenas Miguel nesta posição (Judas 1:9 e Apocalipse 12:7).
- Serafins: louvam o Altíssimo sem cessar em constante adoração (Isaías 6:2-3).
Os nomes dos anjos
Dentre "milhares de milhares" de anjos, a Palavra de Deus identifica apenas o nome de dois anjos: Miguel e Gabriel.
No evangelho de Lucas, o anjo Gabriel diz o seu próprio nome (Lucas 1:19). No Antigo Testamento, Gabriel apareceu duas vezes a Daniel (Daniel 8:16 e Daniel 9:21). Foi também o anjo Gabriel que avisou Maria da sua gravidez (Lucas 1:26).
Miguel é citado na Bíblia como um arcanjo, aparecendo na visão profética de Daniel (Daniel 12:1). O Apóstolo Judas cita o arcanjo na luta pelo corpo de Moisés (Judas 1:9). Em Apocalipse, Miguel é citado liderando uma frente de anjos na batalha contra o Dragão - Satanás - expulsando ele e os anjos rebeldes (Apocalipse 12:7-9).
Em Daniel 10:13 um fato curioso, o anjo Gabriel diz a Daniel que teve que pedir ajuda ao arcanjo Miguel - titulado como um dos príncipes supremos - para entregar sua resposta de oração. Segundo o anjo, o príncipe do reino da Pérsia o resistiu durante 21 dias.
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A Bíblia não fala sobre a existência do arcanjo Rafael. A história deste anjo faz parte da tradição católica e está escrita no livro apócrifo de Tobias. Por não ser um livro divinamente inspirado, não é possível afirmar a existência de Rafael e nem afirmar que se trata de um arcanjo.
Quantos anjos existem
A Bíblia não revela ao certo quanto anjos existem, temos apenas uma noção de volume: passam de "milhares de milhares e milhões de milhões" (Apocalipse 5:11 e Hebreus 12:22).
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A Bíblia aponta que 1/3 do número total de anjos desobedeceram ao Senhor e aliaram-se a Satanás (Apocalipse 12:3-9). Portanto, o número de anjos que estão no Reino de Deus é o dobro em relação ao número de anjos caídos.
Quando os anjos foram criados
A Bíblia não diz o momento exato em que os anjos foram criados. Podemos constatar a presença dos anjos desde o livro de Gênesis, quando Deus colocou querubins no Jardim do Éden após expulsar Adão e Eva (Gênesis 3:22).
Os anjos também são citados no livro de Jó - um dos primeiros livros bíblicos em ordem cronológica - quando Deus fala a respeito da Sua soberania (Jó 38:7). Esse são alguns indícios que apontam para a origem dos anjos antes do sétimo dia da Criação (Êxodo 20:11).
Não há nenhuma evidência de que os anjos existiam antes da Criação. Trata-se de uma afirmação anti-bíblica, o que tornaria o anjo - criação - numa condição de criador ou co-criador. Os anjos estão abaixo da soberania Senhor, tanto os que permanecem Nele quanto aos que foram expulsos do Seu Reino.
Anjos malignos
A Bíblia diz que existem anjos bons e anjos que se corromperam. Deus não criou anjos maus, toda a criação foi boa aos olhos do Senhor (Gênesis 1:31). Assim como os seres humanos, Deus criou os anjos com livre-arbítrio e liberdade de escolha.
Mesmo na presença de Deus - e com direito de escolha - Satanás se rebelou contra o Altíssimo desejando a Sua glória e domínio. Invejando ser como Deus, o Diabo com seu poder de influência enganou a terça parte dos anjos - assim como Adão e Eva - que caíram em pecado. A corrupção e queda de Satanás foi descrita poeticamente nas passagens de Isaías 14:12-15 e Ezequiel 28:14-16.
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Esses anjos caídos - espíritos imundos - foram expulsos do Reino de Deus e serão julgados no Juízo Final, juntamente com o Diabo (Judas 1:6, Apocalipse 12:7-9 e Apocalipse 20:10).
Podemos pedir proteção aos anjos?
Não devemos orar e adorar anjo algum, isto nos afasta de Deus (Colossenses 2:18). Deus é o nosso protetor (1 João 5:18), se necessário Ele enviará anjos ao nosso favor (Salmos 91:11). Anjos - assim como nós - são criaturas que estão sujeitas ao Criador. Nada podem fazer nada sem a permissão de Deus. Ele é o responsável por toda a provisão e proteção, os anjos do Senhor apenas obedecem a Sua vontade.
Nenhum anjo de Deus aceita ser adorado, pelo contrário, apontam toda honra e glória ao Senhor (Apocalipse 19:10 e Apocalipse 22:8-9). Satanás invejou a glória do Pai, foi expulso do Seu meio e já está condenado. Com ele também vão todos os que escolheram o caminho da perdição, da inveja e do engano.
Independentemente de nome e função, os anjos do Senhor escolheram adorá-Lo e fazer a Sua vontade pela eternidade. O Reino de Deus é constituído daqueles que escolheram amar e adorar a Deus acima de todas as coisas.
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