A autoria deste Evangelho é atribuída ao Apóstolo João, filho de Zebedeu e um dos doze discípulos de Jesus. Curiosamente seu próprio nome não está explícito no Evangelho que escreveu, mas ele fez referências a si mesmo como “o discípulo a quem Jesus amava” (João 13:23 e João 21:20).
O Evangelho de João é o quarto evangelho da Bíblia. Também é conhecido como 'o Evangelho Segundo João', 'Quarto Evangelho' ou apenas 'João'. A escrita neste evangelho tem o mesmo estilo das três cartas do Apóstolo e a revelação do Apocalipse. O Apóstolo João também é conhecido pelo apelido de João Evangelista e João de Patmos.
Saiba: Quem foi João Evangelista?
Quem escreveu o quarto evangelho era do círculo íntimo de Jesus. Faziam parte desse restrito grupo apenas três apóstolos: João, Tiago e Pedro. Tiago foi martirizado por Herodes Agripa I, por volta do ano 44 d.C, antes de o livro ser escrito (Atos dos Apóstolos 12:1-2). Também é descartada a autoria do livro a Pedro, pois foi mencionado algumas vezes com o autor (João 21:7 e João 21:20), sobrando apenas João Evangelista.
Características do Evangelho de João
O Evangelho de João não é considerado um Evangelho Sinótico. O Evangelho escrito por João contém características muito peculiares em relação aos outros três evangelhos considerados sinóticos: Mateus, Marcos e Lucas.
Veja também: O que são Evangelhos Sinóticos?
No Evangelho de João há outros testemunhos importantes da vida de Jesus que não estão retratados nos livros de Mateus, Marcos e Lucas. Redigido depois dos livros sinóticos, o Evangelho de João foi escrito de maneira suplementar e com uma finalidade clara: declarar que Jesus é Deus (João 20:30-31).
O Evangelho de João foi estruturado em quatro partes. O Prólogo, em que João inicia escrevendo que: "No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus", apontando Jesus como o Filho de Deus e o único salvador. Em seguida, João Batista testemunha Jesus como o Cordeiro de Deus e o Cristo (João 1:32-34).
Veja: João Batista ou João Evangelista? Personagens com o mesmo nome.
A segunda parte é chamada Livro dos Sinais, onde João relata o início do ministério de Jesus. Neste trecho contém os sete milagres de Jesus, escolhidos como uma seleção de sinais do Messias:
- O milagre no casamento em Caná da Galileia (João 2:1-12).
- A cura do filho de um oficial (João 4:43-54).
- A cura do paralítico no tanque de Betesda (João 5:1-15).
- A multiplicação dos pães (João 6:1-15).
- O caminhar sobre as águas (João 6:16-70).
- A cura do cego de nascença (João 9:1-41).
- A ressurreição de Lázaro (João 11:1-54). Segundo João, isto foi o que motivou a execução de Jesus pelas autoridades.
A terceira parte é denominada Livro da Glória. Aborda sobre a Paixão de Cristo, a Ressurreição de Jesus e suas aparições já ressurreto. João relata sobre a Última Ceia a partir do momento em que Jesus lavou os pés dos discípulos (João 13:1-17), cita a respeito da traição de Judas (João 13:18-30) e a negação de Pedro (João 13:31-38).
O Epílogo é último trecho do Evangelho de João e encontra-se no capítulo 21. Nele, João aborda sobre aparição de Jesus ressurreto, a pesca milagrosa e a restauração de Pedro. Nesta parte, o autor se identifica como 'o Discípulo Amado'.
Apesar de sabermos que o "discípulo a quem Jesus amava" realmente era João Evangelista, o próprio autor nunca diz diretamente que ele é essa pessoa. Podemos inferir essa informação através da leitura deste e de outros capítulos de João como: João 13:23-25 e João 19:25-27.
No último versículo (João 21:25), João finaliza escrevendo que Jesus fez tantas coisas que se cada maravilha fosse relatada, não haveria espaço suficiente no mundo para tantos livros que seriam escritos.
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